sexta-feira, 30 de julho de 2010

Espetáculo inspirado na obra de Franz Kafka estréia em SP!


Adaptação e Encenação:

Janssen Hugo Lage

"CEMITÉRIO DE ELEFANTES", "CALÍGULA", "SONHOS", "OTELO", "INTRETOM", "MULHERES DE SANGUE", “A TEMPESTADE", "REI LEAR", "HAMLET" entre outros espetáculos de sucesso, criador do Teatro Fractal e da Linguagem teatral: Ritos - Método do Ator.





Chega a São Paulo dia 06 de agosto o fenômeno cultural

que levou milhares de pessoas ao teatro no Rio Grande do Sul



A peça “Labirinto Kafka”entra em cartaz no Teatro João Caetano, localizado à Rua Borges Lagoa, 675 – Vila Clementino, em São Paulo / SP, de 6 de agosto à 12 de setembro, todas as sextas, sábados (21h) e domingos (19h).

O espetáculo dirigido e adaptado pelo diretor Janssen Hugo Lage foi livremente inspirado na Obra de Franz Kafka e teve sua primeira encenação em janeiro de 2009 no Theatro São Pedro, em Porto Alegre / RS, lotando o tradicional teatro gaúcho. Após o sucesso da estréia a peça passou por temporadas no Teatro do SESC e Teatro Glênio Perez, ambos também em Porto Alegre, e viajou por cidades, como: Farroupilha, Campo Bom, Alvorada, Bento Gonçalves, Passo Fundo, Gravataí, Rosário do Sul, São Gabriel, Caxias do Sul, entre outras.

Logo no ano da estréia faturou também 8 prêmios no X Festival Internacional Rosário em Cena -2009, incluindo: Melhor Espetáculo Adulto, Melhor Direção e Prêmio Especial do Júri.

Agora em São Paulo o espetáculo conta com treze atores em cena e 1 tonelada de cenário feito de fardos de jornais, que representam os processos que jamais são solucionados.



Serviço:

Labirinto Kafka no Teatro João Caetano

Endereço: Rua Borges Lagoa, 656 – Vila Clementino, São Paulo / SP

Telefone: 11 5573-3774

Temporada: 06/08 à 12/09/10

Dias e horádios: Sextas e sábados (21h) – Domingo (19h)

Valores dos ingressos: R$ 10,00

Melhor Idade, Estudantes e Classe Artística: R$ 5,00



Sinopse

O primeiro ato, 'O Processo', conta o aterrorizante drama de Josef K. respeitável funcionário de banco que é preso de modo súbito e estranho. Ele tenta defender-se contra uma acusação que nunca lhe é formalmente apresentada e sobre a qual não consegue obter informações. O segundo ato, 'A Metamorfose', traz um fôlego inicial absolutamente fantástico. "Uma manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa se dá conta que está transformado num gigantesco inseto". É deste modo que Kafka inicia a história de Gregor, um caixeiro-viajante que trabalha por obrigação e deixou de ter vida própria para suportar financeiramente todas as despesas de casa. A princípio, as suas preocupações passam por pensamentos práticos relacionados com a sua metamorfose. Mais tarde, as preocupações passam para um estado mais psicológico e até mesmo sentimental. A metamorfose de Kafka é, sobretudo, uma história de alerta à sociedade e aos comportamentos humanos. Nesta história, Kafka presenteia-nos com a sua escrita sui-generis, retratando o desespero do homem perante o absurdo do mundo.



Ficha Técnica:



Elenco: Anderson Cicconne, Mariana Brum, Jonh Robert, Leandro Borges, Ângela Aita, Tathiana Moraes, Gabriela Ramos, Raisa Rocha, Mauricio Fulber, Paula Spineli, Karen Monteiro, Raquel Pesanha e Tatiana Setton



Texto, encenação, cenário, figurinos e iluminação Janssen Hugo Lage

Produção executiva Kely Nascimento

Trilha sonora original Alexandre Montaury

Identidade visual Gabriela Dalto e Fortuna

Assessoria de imprensa Daniela Ribeiro

Assistente de Figurinos Gabriela Ramos

Diagramação Mariana Brum

Assistente de luz C. Benevides e Thatiana Moraes

Assistente de produção Ângela Aita

Mixagem e marterização Rodrigo Trevisan

Confecção dos figurinos Jofabio Matias

Operador de luz Victor Fernandes

Operador de som Marcela Blessa

Produtor associado Luiz Chiapeta Dupont

Uma produção Confraria dos Ritos - Kely Nascimento e Janssen Hugo Lage





Janssen Hugo Lage é brasileiro, dramaturgo, encenador, produtor e iniciou seu trabalho em produções teatrais em 1983. Diretor da Mega Produção – OTELO em 1999, como o ator Northon Nascimento no principal papel, levou mais de 100.000 pessoas ao teatro em seis meses de temporada por todo o país. Após um período de quase cinco anos realizando projetos teatrais e culturais na Europa, Janssen retoma sua carreira no Brasil com este projeto que dá continuidade a um trabalho intenso na aplicação da sua linguagem para interpretação cênica: Ritos Método do Ator, onde a encenação utiliza-se de uma seqüência de fragmentos que revelam ao público o universo no qual Franz Kafka trabalhou por toda a sua vida.



Método

RITOS - MÉTODO DO ATOR foi concebido em 1990 por Janssen Hugo Lage. Este método para o ator foi desenvolvido a partir da fusão dos estudos do trabalho de Vsevólod Meyerhold e dos rituais de purificação física e mental utilizados no antigo oriente há milhares de anos atrás, que foram traduzidos e adaptados ao modo de pensar ocidental e implementado no processo de desenvolvimento do ator. O método consiste em 33 práticas psicofísicas, designadas Ritos. Todo o trabalho de pesquisa dos Ritos baseia-se no enfoque holístico da realidade, que sustenta a idéia de que o ser humano é muito mais do que a matéria física; que o homem é matéria e antimatéria; que estamos inseridos num universo formado por campos de energia interligados, onde tudo está a interagir constantemente. Através dos trabalhos físicos, psíquicos e intelectuais constantes e progressivos, os atores são estimulados à descoberta e ao domínio da Sensibilidade Intuitiva, da Consciência Ativa e da Egoência, conceitos de suma importância para o surgimento de novas possibilidades de expressão, que visam a construção de um melhor ator pela desconstrução de formas absoletas de comunicação e de velhos paradgmas.



Influência na concepção do método



Vsevólod Meyerhold nascido em 1874, em Pensa, na Rússia, teórico de primeiro plano e encenador de renome mundial, Vsevólod Meyerhold continua a exercer uma influência preponderante no teatro de vanguarda. Inspirado no construtivismo suprimiu o pano de boca, a ribalta e os cenários, para marcar a ruptura definitiva com o naturalismo, esperando da virtuosidade corporal e de expressão uma comunicação mais direta com o espectador. Meyerhold apresentou na encenação da “Mascarada” de Lermontov, em 1917, um exemplo (que aperfeiçoaria em “O Inspetor Geral" de Gogol, 1920) do que denominava a sua concepção “biomecânica” do ator. “Destruindo o formalismo, elimina-se a arte”, afirmava Meyerhold antes de ser preso. Em 1938, o Teatro Meyerhold desaparece. Recusa-se a reconhecer seus desvios ideológicos e a fazer autocrítica, mesmo sob pressão do regime. Intensifica os ataques à política oficial do Partido Comunista e denuncia a decadência do teatro soviético. Morre num campo de trabalhos forçados em 1942. Acredita-se que tenha sido executado.



Franz Kafka, tcheco de língua alemã, foi considerado um dos principais escritores de literatura moderna. Sua obra retrata as ansiedades e a alienação do homem do século XX. Kafka nasceu em Praga, em 1883, cidade que pertencia ao império austro-húngaro, filho de um comerciante judeu muito abastado, cresceu sob as influências de três culturas: a judaica, a tcheca e a alemã. Na adolescência, declara-se socialista e ateu. Cursa Direito formando-se em 1906. Em 1917, é obrigado a afastar-se do trabalho devido à tuberculose. A maior parte das suas obras foi publicada postumamente. Fez parte, junto com outros escritores da época, da chamada Escola de Praga. Esse movimento era basicamente uma maneira de criação artística alicerçada em uma grande atração pelo realismo, uma inclinação à metafísica e uma síntese entre uma racional lucidez e um forte traço irônico. Além do realismo, seu estilo é marcado pela crueza e pelo detalhamento com que descreve situações incomuns – como em O Processo, de 1925, cujo personagem principal é preso, julgado e executado por um crime que desconhece. Em seus livros, é constante o confronto entre os personagens e o poder das instituições, demonstrando a impotência e a fragilidade do ser humano. Escreve ainda A Metamorfose (1916) e O Castelo (1926).



O Teatro Fractal



“Se o espaço é infinito, estamos em qualquer ponto do tempo... Se o tempo “é infinito, estamos em qualquer ponto do espaço.”

Janssen Hugo Lage



A ciência dos fractais apresenta estruturas geométricas de grande complexidade e beleza infinita, ligadas às formas da natureza, ao desenvolvimento da vida e à própria compreensão do universo. São imagens de objetos abstratos que possuem o caráter de onipresença por terem as características do todo infinitamente multiplicadas dentro de cada parte, escapando assim, da compreensão em sua totalidade pela mente humana Distante do rigor e do formalismo matemático pode-se definir Fractais como "Objetos que apresentam auto-semelhança e complexidade infinita, ou seja, têm sempre cópias aproximadas de si mesmo em seu interior". Existem duas características muito freqüentes nesta geometria: auto-semelhança e complexidade infinita. A concepção teatral de Janssen é fractal tautológico, ou seja, a definição do significado de suas criações artísticas está contida em si mesma, algumas vezes sem evidenciar informações sobre seu significado, por outras dando informações para além dos limites do conteúdo textual, seja através da respiração, seja através do corpo, do ritmo ou do tom. As estruturas fractais repetem-se aparecendo e desaparecendo constantemente, dissolvendo-se e reaparecendo, mas elas não se repetem precisamente. São variações sutis que são características de sistemas complexos e não lineares qualidades da bio cibernética do ator, concepção integrante dos estudos da Linguagem dos Ritos. Dentro deste segmento de visão teatral podemos incluir muitos dos trabalhos de Franz Kafka. Na obra de Janssen Hugo Lage percebem-se os movimentos circulares e oscilatórios complexos, que são padrões semelhantes, muito parecidos, mas que nunca se repetem exatamente da mesma maneira. Uma mesma fala pode aparecer várias vezes no corpo de um texto, mas dito de outra forma, com outro tom, em outro contexto, gerando um significado semelhante e ao mesmo tempo diverso. A encenação, em sua essência, demonstra repetição por várias vezes, dando a entender que exatamente onde o espectador espera um fim, surge um novo começo. Seu conteúdo reflete a sugestão da própria natureza, de que o duradouro não são os objetos e os seres, mas aquelas ações que são um fim em si mesmo; que em cada fim supõem um novo começo.

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